quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Inspiração: Vinícius de Moraes


Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Amor?

Ultimamente venho lembrando muito dos planos que fazia durante o ensino fundamental, época aquela que eu achava tudo mais fácil, queria que os três anos do ensino médio passassem voando e eu fosse parar na faculdade, tivesse um namorado dos filmes e com um emprego perfeito. Agora eu olho pra minha realidade, o vestibular bate a porta, o emprego foge de mim, e o alto cargo que eu sonhava em ter... virou sonho de pós formatura do ensino superior. É engraçado a maneira que os meus pés estão no chão, voar parece tão difícil e como uma adulta eu começo a pensar em deixar os meus sonhos para depois, e no meio desse turbilhão de pensamentos meu eu interior grita bem alto que a vida é pra ser vivida agora, e que a esperança precisa voltar ao meu pequeno coraçãozinho.
Apenas uma garota assustada a um passo da maioridade, é isso que eu sou, e a com o mesmo olhar de criança de 10 anos atrás, os mesmo conflitos da adolescência, as mesmas dúvidas de sempre, e com a insegurança de nenhuma outra vez. Com meus 15 anos eu achava que já tinha vivido muito e talvez tivesse muito mais certeza das minhas atitudes do que eu tenho hoje, na verdade eu não sabia nada, e eu só consigo enxergar isso agora, com o meu olhar para o passado. Mal sabia eu, que aquilo que eu sentia por aquele garoto da escola se repetiria pelo menos umas duas vezes por ano, porque amor mesmo eu nunca poderia ter visto com aquela idade, trancada o dia inteiro em um quarto de uma casa que fica em uma rua qualquer.
A paixão muitos conheceram, o amor muitos afirmam viver, mas quem garante que amanhã algum deles irá acordar e não vai dizer que foi bom enquanto durou?! Então trate de corrigir, foi paixão, porque o amor não tem data de validade, não se acaba assim! Quando você ama alguém não quer sair do lado da pessoa, e nenhuma frase barata vai conseguir por fim a esse sentimento.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Inspiração: Cecília Meireles

Responder a perguntas não respondo. 
Perguntas impossíveis não pergunto. 
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando. 

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

sábado, 13 de outubro de 2012

Mulheres

Amores idealizados, paixões indefinidas, mais tempo e menos amor, depois menos tempo e mais vontade de amar, menos finais felizes, mais lições para contar, tanta coisa, e eu querendo apenas mais, mais dessa vida, mais desse amor.
Metade dos homens que nós mulheres dizemos amar deveriam ter sido só amigos, porque acabou que eles se tornaram uma bagagem pesada de se carregar durante um bom tempo, e o engraçado é que nessas histórias nunca apareceu um cavalheiro querendo ajudar e carregando isso pra ele, deixando para elas apenas uma pequena mala de mão. Confesso por todas elas, que adorariam que no meio daquele aeroporto as bagagens fossem perdidas, aposto que não faríamos questão de procurar, afinal, nesses voos da vida o que realmente levamos no avião são uma mala de mão bem pequena. O que eu realmente quero dizer é que a vida se renova, deixamos de viver quando o que é velho está muito tempo no mesmo lugar, é preciso abrir espaço para o novo, e que um dia o que era novo... se tornará o velho, e mesmo assim a vida terá que seguir.
Mente aberta, pensamentos constantes, coração aberto, menos acertos de contas, mais liberdade, mais perdão, mais esquecimento, menos perca de tempo. E o que faz sentido mesmo é que se pararmos pra pensar a maioria das relações não deram certo porque ficamos inventando bobagens para todas elas, quem precisa de problemas? Ninguém, mas afinal, todos tem. Costumamos viver a terrível limitação de viver imaginando uma história bacana pra todo cara que foi legal com a gente, que engano, ele não te amava, nunca amou, e por que você passou tanto tempo imaginando que seria feliz ao lado dele? Ele nem ao menos era justo, não te tratava como você merecia!
Mulheres, guerreiras, toda a fragilidade que inventam para nós só fazem parte do poema, nas histórias baseadas em fatos reais quem tem força mesmo somos nós, as pequenas, as grandes, nós mulheres julgadas ingênuas. E essa fica pra você que achava que era pra sempre, mas mesmo assim acabou.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Escolher

Andei refletindo durante um bom tempo o que havia me levado até daqui, o que eu havia feito lá no passado que poderia ter influenciado esse meu futuro, no meio desse turbilhão de pensamentos eu chegava a conclusão de que eu nunca fui boa com escolhas e na maioria das vezes o que eu decidia era simplesmente não escolher, talvez por essa falta de atitude misturada com medo das consequências foram que me fizeram ser o que eu sou hoje, posso estar completamente enganada.

Inspiração: Manuel Bandeira

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples!

Manuel Bandeira

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Perguntas

Abri os olhos e olhei para o relógio, eram 06:00 a.m de um domingo, eu havia acordado tão cedo e não era por qualquer coisa, me sentia mais do que nunca como sendo observada, pensei comigo mesma: devo estar louca! e levantei da cama fui em direção a porta e a abri, levei um susto! Havia uma criança em frente ao meu quarto e olhava para mim com aqueles olhos negros como a escuridão da noite, me senti confusa, quem seria ele e o que estava fazendo na minha casa? Será que eu dormi com a porta aberta e não percebi? Não consegui dar nenhum passo a frente e nem dizer nada, havia um pequeno invasor na minha casa, SOCORRO, mas a voz não saia de maneira nenhuma, mas perai: O que eu estava fazendo? Ele era só uma criança, eu devia me aproximar e perguntar quem ele era, ao me agachar o pequenino chegou perto do meu ouvido e disse com uma voz calma e suave:
- Meu nome é Bryan, e estou aqui por sua causa!
Pronto, agora que eu estava mais confusa ainda, foi então que comecei a reparar melhor no menino, ele tinha o cabelo cheio de cachinhos em um tom mel, suas bochechas eram rosadas e ele vestia um conjunto de moletom amarelo. O Bryan era uma criança linda, mas não fazia sentindo algum, como ele poderia ter conseguido entrar na minha casa? Nesse momento ele saiu andando e cantava bem baixinho uma canção que eu não conseguia entender direito, mas no fundo sentia como se conhecesse aqueles sons emitidos por ele. Aproveitei para conferir se eu por acaso havia deixado alguma porta ou janela aberta e pro meu espanto, tudo estava fechado, no perfeito estado de quando eu fui dormir na noite que havia passado. Eu voltei a me aproximar do menino e fiz perguntas para ele, de como ele havia entrado, mas ele tinha respostas curtas e doces, dizendo que eu precisei dele e por isso a minha mente havia criado-o.
Se naquele momento eu estava conversando com um fruto da minha imaginação pensei que ao toca-lo seria como tocar em um fantasma ou sei lá o que a minha mente estava concluindo, mas pelo impulso tentei abraça-lo e eu consegui! ai meu Deus, então eu estaria mesmo louca! O Bryan comentou algo sobre uma foto que estava na minha casa, então decidi abrir a caixa com as fotos antigas da família e olhar uma por uma, enquanto aquele anjinho cantava para mim, foi quando peguei em uma foto de quando eu era pequena que eu estava de mãos dadas com meu melhor amigo de infância, levei outro susto! Como seria possível? Aquele menino era igual o Bryan! Olhei atrás da foto e havia uma descrição: eu e Bryan! Era ele? eu estaria louca? Passei alguns minutos sentada sem nem me mexer, tinha um turbilhão de pensamentos gritando dentro de mim, e quando dei por conta o pequeno invasor não estava mais na minha casa.
Estava tão confusa que decidi não optar pela metafísica para justificar nada, fui em direção ao meu quarto, deitei em minha cama e adormeci.
Aquela manhã havia sido muito confusa para mim, uma mistura de saudades com esquecimento, mas não havia mais medo, e lá no fundo eu gostaria que o Bryan voltasse para que eu fizesse as perguntas que iriam me tirar algumas noites de sono.

domingo, 7 de outubro de 2012

BFF

Nunca fui daquelas que se apaixona mil vezes por homens diferentes e nem daquelas que tem um namoro que dura sei lá quantos anos, sempre estive mais pro tipo que vive sozinha e quando decide começar a conversar com um menino ele é do tipo cafajeste que me faz pensar mil vezes antes de arrumar qualquer outro pra atrapalhar a minha vida, isso tudo me deixou com aquela certeza "ainda bem que eu estou solteira". Vai ver foi por isso que começaram a me julgar como "exigente demais", e comecei a ouvir frases do tipo: vai ficar pra titia! Mas isso não me preocupava, afinal, prefiro um homem que me escute, do que um pra me beijar e nada mais.
A minha independência sempre foi mais importante, e deixei claro pra quem quisesse saber que eu prefiro faculdade e trabalho do que um traste e sofrimento, e em momento algum pensei em mudar de opinião, sou do tipo cabeça dura que não quer escutar ninguém. E tudo isso ia tão bem até o dia que aquele meu melhor amigo resolveu me mandar aquela sms pedindo pra me ver porque precisava me contar uma coisa, eu deveria saber que quando um menino começa a frase com "preciso" lá vem bomba. E era justamente o que eu temia, eu posso me lembrar claramente das palavras dele:
- Sabe, já faz um tempo que eu queria lhe falar...
Pronto, isso já bastava pra mim, meu melhor amigo querendo mudar o jogo e arriscar de pretendente, não poderia ser verdade, apesar de eu não querer, escutei o que ele tinha a dizer até o fim e mesmo estando com o coração fechado eu sai daquele lugar balançada, eu sempre fui acostumada a me fechar para relacionamentos a ponto de quase andar com uma plaquinha: ESTOU BEM SOZINHA, mas naquele dia eu iria para casa pensando o como seria bom me apaixonar.

Inspiração: Paula Pimenta


"Odeio cantadas. Flores não me seduzem. Chocolates então, nem pensar. O que me comove são palavras.
No caminho de casa, passo por uma pista de cooper onde têm barras e aparelhos de ginástica. Em qualquer hora do dia ou da noite, rapazes de se fazer inveja aos galãs globais puxam ferros, correm mais do que para tirar a mãe da forca, levantam pesos, malham até o dedão do pé. Ao lado deles, garotas soltam suspiros para cada flexão de braço, lançam exclamações para cada bíceps trabalhado, fazem votação para definir qual peitoral é o mais sarado. Deixo tudo para elas. Tais rapazes não merecem um segundo olhar meu. Para mim, músculo em excesso é inversamente proporcional à inteligência.
Fim de semana. Depois de muita insistência, aceito o convite das minhas amigas para ir dançar, mesmo sabendo que me arrependerei. Lugar dos infernos. Quente, barulhento, enfumaçado. E ainda por cima tenho que escutar aquela mesma frase: "E aí, gata, vem sempre por aqui?". Fico na dúvida entre vomitar, sair correndo ou fingir que sou surda.
Outra situação: O moço é lindo. Toca violão. Minha família gosta dele. Já estou quase convencida de que é minha alma-gêmea. E então ele me manda um cartão: "Não me canço de te olhar". É, querido, vai ter que olhar para o outro lado. Cansada estou eu de quem não sabe escrever nem em português.
Mas por que eu sou tão viciada em palavras? Por ter crescido lendo enquanto minhas amigas brincavam de pique-esconde? Por minha primeira paixão ter sido o Cebolinha, nos gibis da Turma da Mônica? Por amar poesia desde que nasci? Não sei. O fato é que me desperta curiosidade quem sabe escrever o que pensa.
Garotos que escrevem bem têm um charme diferente. Suas palavras me acariciam de tal forma, que se tornam vitais para minha sobrevivência. Se eles têm tanto cuidado com a escrita, imagine o carinho que teriam comigo... Ah, os homens que sabem escrever! Alguns conseguem ser tão sinestésicos, que chego a perceber a voz deles por entre as linhas.
Os que mais me impressionam são os que adivinham meu pensamento, mesmo sem me conhecer. É indescritível a sensação de ler um texto e me identificar totalmente com as palavras do escritor. É como se ele tivesse roubado a ideia que eu ainda não havia tido, mas que já existia em mim. Emocionante perceber, na medida em que meus olhos vão descendo por sobre o texto, que existe alguém que pensa exatamente como eu.
Infelizmente, a recíproca não é verdadeira. O sexo masculino, no geral, ainda se sensibiliza mais com um corpo esculpido do que com a forma que as escritoras dão às suas frases.
No dia em que eu encontrar um que se importe mais com o que eu escrevo do que com a minha embalagem, eu me caso. Desde que a proposta seja feita por escrito. E que por trás daquelas palavras, existam óculos em vez de músculos."



Essa é uma crônica da Paula Pimenta, publicitária que começou no jornalismo mas que resolveu transferir de curso depois de dois anos na faculdade. Esse texto faz parte do livro "Apaixonada por Palavras" que a escritora lançou no mês de agosto. 
Para quem se interessou e deseja saber mais deixo o link: http://www.paulapimenta.com/




Projetos

" Hoje eu quero fazer diferente, não se trata de uma frase dita da boca pra fora, mas sim de algo muito mais complexo, do momento que você depois de tanto tempo perdida está conseguindo se encontrar, se livrando aos poucos de tudo o que fazia se sentir acorrentada, hoje é muito mais do que isso, estou falando dos seus gostos e opiniões, do que você realmente quer fazer da vida, o que te faz bem, o que você define como trabalho e o que trata-se de hobby. São tantas coisas que abordamos de forma superficial, eu não estou aqui pra escrever um texto enorme sobre tudo o que você já sabe, porque leu diversas vezes mas não aplicou nenhuma, estou chamando a atenção para as ações, para seus projetos de vida, ando aprendendo muito sobre isso, e acima de tudo praticando o que eu aprendo. "

sábado, 6 de outubro de 2012

Saudades

" O que eu sinto dessa vida?

   Saudades

   Saudades do que eu ainda não vivi
  
   Saudades do que veio e já passou

   Saudades do que disse e falhou

   Saudades do frio e do calor

   Saudades desse amor

   Saudades de viver

   de ignorar o sofrer

   Saudades do que teve fim

   Saudades dentro de mim

   Em um novo amanhecer

   Mais saudades de você "

J.N

Vontades

E eu escrevia, eram diários, cadernos velhos, folhas de papeis jogadas e depois que essa onda de tecnologia chegou na minha vida criei blogs, cheguei a perder a conta de quantos blogs que eu criei e com apenas um post os abandonava, tudo isso que eu citei foram maneiras de me expressar, as pessoas costumam sentir a necessidade de manifestar seus pensamentos, seus sentimentos, opiniões, sugestões em algum lugar, muitos se contentam com conversas entre amigos, outros tão mais fechados preferem guardar para si mesmo, e é ai que nasce o problema, começamos a ficar sobrecarregados, diria até mesmo afetados por algo que nós mesmos criamos, uma barreira invisível que nos impede de mostrar ao mundo quem realmente somos. Guardar tudo para si é um egoismo, imagine quantas pessoas gostariam de compartilhar com você tudo isso, achar que o que você vive não é nada especial é motivo o suficiente para fazer de tudo pra que seu dia seja o melhor possível e você possa mostrar para todos quem você é verdadeiramente por dentro, sem  manipulações e influências das massas, a vida é muito mais do que dizem na tv, aqueles comerciais que querem lhe dizer que você precisa de algo estão completamente enganados, sua felicidade não depende dessas coisas. Está na hora de sua personalidade sobressair tudo isso, é importante sua colaboração com o mundo, então se sentir vontade de escrever... escreva! Se sentir vontade de desenhar... desenhe! Mas acima de tudo, VIVA!

Inspiração: Clarissa Corrêa


Ele me mudou tanto. Não consigo entender exatamente onde as mudanças começaram. Mas foram muitas. E acho que foi devagar. Se fosse rápido eu teria sentido. E talvez tivesse pisado forte no freio. Ninguém gosta de mudança, já que toda mudança implica uma perda. Quando a gente muda acaba saindo da zona de conforto. E a zona de conforto é, como o próprio nome diz, confortável, segura, boa.

Ele me deixou mais forte. A gente nunca percebe a força que tem até acontecer algo. E quando esse algo acontece, plim, surge aquela força absurda. E a gente se surpreende com as reações, pensamentos, sensações.

Ele me levou algumas pessoas. Poxa, eu lamento dizer isso, mas ninguém é eterno. E sabe aquele seu amigo muito amigo? Ele vai te deixar chateado. E sabe aquela pessoa incrível que você contava? Ela vai te decepcionar. E sabe aquela colega que almoçava todas as quartas junto com você? Ela vai passar a almoçar com outra pessoa depois que uma de vocês mudar de emprego. A vida é assim: traz algumas pessoas e afasta outras.

Ele me mostrou o que é um sentimento. É que nem sempre a gente sabe. Às vezes é necessário um empurrãozinho. Um beliscão. Uma queda ou um peteleco na orelha. A coisa está ali, ao seu lado, e nem sempre os seus olhos estão bem abertos para enxergar.

Ele me ensinou que os dias nem sempre são ensolarados. E que a chuva tem a sua beleza. O cinza também. E que nada é eterno. E que ninguém ganha sempre. E que esse é o grande barato de tudo. Essa inconstância, essa incerteza, essa interrogação.

Ele me fez ver que a beleza vai além de um salto alto, uma sombra preta, uma chapinha e unhas bem feitas. E que dinheiro não compra caráter. E que educação não está em nenhuma prateleira do supermercado.

Ele me fez acreditar que tudo passa. Que nenhuma dor é para sempre. Que nenhuma alegria dura 365 dias. Que a gente vive numa gangorra. E que o ditado “um dia é da caça, o outro do caçador” é a coisa mais verdadeira que existe.

Ele me deixou enciumada. É que todo mundo sabe quem ele é. Todo mundo já sentiu os efeitos que ele traz. Todo mundo já provou o seu sabor. E já se jogou em seus braços.

Ele, o tempo.

Retirado daqui:

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A esperar

" Não quero me encontrar
  Prefiro estar perdida
  e me apaixonar
  Essa sorte mal resolvida
  Esse caminho por traçar
  Não me deixe a esperar
  Vou voar meu amor
  Mas quando abrires seus olhos
  E não me ver lá
  Acredites que eu tentei
  Mas falei com um surdo
  E que seria tão mais fácil
  se eu não precisasse me explicar. "


J.N

Todo o tempo

Alô! Não posso te atender agora, e peço desculpas por todas as vezes que o celular tocou e eu não consegui atender, na verdade eu não sabia o que falar, ou talvez soubesse e não conseguisse. Mas só quero que me escute.

Aquela nossa despedida está sendo projetada na minha mente, como um filme repetido que passa na tv paga durante semanas e não temos muitas opções. Não foi fácil pra você e muito menos pra mim, não sei se você está sabendo, mas agora eu estou realizando os meus sonhos, livre das influências das pessoas eu escolhi seguir o que o meu coração mandava, afinal já era tempo. Tenho sentido sua falta nesses momentos, queria que você estivesse aqui para compartilhar da minha alegria, sorrir comigo até o fim do dia, mas sem ir embora, como foi da última vez. Você passou o dia comigo, aquela tarde no parque parecia perfeita, nunca sorri tanto ao lado de alguém, porém ambos sabiam que era o momento de partir e para nossa dor, aquela era a nossa despedida. Mas sabíamos que ainda nos veríamos nas ruas, ou até que raro manteríamos o contato, isso se estivéssemos preparados, e é sobre isso que eu quero falar, já está passando do momento de retornarmos a nossa amizade, sofrer com mágoas passadas não faz o nosso tipo. E agora você pode desligar e esquecer de quem é esse número, ou me retornar, a escolha é sua, e talvez fosse durante todo o tempo.


Eu


" No meu normal eu sou calada

    Eu brava sou exagerada

    Quando lúcida inspirada

    E sendo gata sou estérica  

    Quando cega tão vazia

    Na carência sou donzela

   Quando seca sou tão fútil

   Se sou fria não sou tua

   Só sou boa se for útil"



Meu texto baseado no de Martha Medeiros.

Realidade

Nos enganaram... a vida toda nos disseram que eramos partes de uma laranja que precisava ser completada, argumentaram que uma panela sempre tem uma tampa e esqueceram da existência das frigideiras e das laranjas que nascem inteiras. Quem foi mesmo que disse que você não era feliz sozinho? Não poderia ser a mesma pessoa que percebeu que personalidade própria é melhor que frustração. Ou até mesmo não seria aquela que declarou que uma boa companhia é melhor que alguém supostamente perfeito?! Nada disso, tratam-se de pessoas diferentes, o felizes para sempre é de contos de fadas. Seres humanos são tortos e o amor não chega necessariamente antes dos 30, o que chega antes são encontros com horas marcadas, o amor é imprevisível e o que fizeram com a gente foi a verdadeira sacanagem, quem foi mesmo que afirmou que o chinelo velho existe para o pé torto? Você pode ser quem você quiser, mas sem sair pisando nas pessoas, influências são besteiras e o que existe agora é a realidade.

Ações

- Eu te amo!
- Eu também!
- Eu também não é um eu te amo.
- Do mesmo jeito que ouvir eu te amo é diferente de se sentir amada.

Costumo ouvir frequentemente as três palavrinhas mágicas, mas na maioria das vezes que as escuto sinto que não sou amada de verdade, isso pode vir dos seus amigos, ou seja lá de quem for. O relevante é que sabemos que o mundo seria muito mais verdadeiro se as pessoas parassem de banalizar palavras e sentimentos, é muito fácil chegar em uma pessoa que conhece a pouco tempo e dizer que a ama, o difícil mesmo é provar que em tão pouco tempo ela já é especial pra você, e isso não é feito com palavras e sim com gestos. Antes de falar, demonstre! Não adianta nos basearmos em frases compradas, ditas frequentemente por pessoas que nem ao menos tem o domínio de seus corações, o que adianta mesmo é construirmos nossas vidas repletas de ações e sem enrolações.

Inspiração: Luís Fernando Veríssimo



O rouge virou blush, o pó-de-arroz virou pó-compacto o brilho virou gloss. O rímel virou máscara incolor, a Lycra virou stretch, Anabela virou plataforma, o corpete virou porta-seios, que virou sutiã que virou lib, que virou silicone. A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento, a escova virou chapinha, “Problemas de moça” viraram TPM, confete virou MM. A crise de nervos virou estresse, a chita virou viscose, a purpurina virou gliter, a brilhantina virou mousse. Os halteres viraram bomba, a ergométrica virou spinning, a tanga virou fio dental E o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê… Ping-Pong virou Babaloo, o a-la-carte virou self-service, A tristeza, depressão. O espaguete virou Miojo pronto, a paquera virou pegação, a gafieira virou dança de salão. O que era praça virou shopping, a areia virou ringue, a caneta virou teclado, o long play virou CD. A fita de vídeo é DVD, o CD já é MP3, é um filho onde éramos seis. O álbum de fotos agora é mostrado por email O namoro agora é virtual, a cantada virou torpedo e do “não” não se tem medo. O break virou street, o samba, pagode, o carnaval de rua virou Sapucaí, o folclore brasileiro, halloween, o piano agora é teclado, também. O forró de sanfona ficou eletrônico, fortificante não é mais Biotônico, bicicleta virou Bis, polícia e ladrão virou counter strike. Folhetins são novelas de TV, fauna e flora a desaparecer, Lobato virou Paulo Coelho, Caetano virou um chato… Chico sumiu da FM e TV, Baby se converteu RPM desapareceu, Elis ressuscitou em Maria Rita? Gal virou fênix. Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, todos anjos agora só tocam lira… A AIDS virou gripe, A bala antes encontrada agora é perdida, a violência está coisa maldita! A maconha é calmante, o professor é agora o facilitador, as lições já não importam mais A guerra superou a paz e a sociedade ficou incapaz… DE TUDO
Inclusive de notar essas diferenças.

Ninguém nasce escrevendo, e o súbito talento vem mesmo depois de leituras e inspirações, aqui um texto de Luís Fernando Veríssimo, e outros brilhantes trabalhos virão.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mais do mesmo

Mais do mesmo, mais de mim.
" ... A cada nova montanha que aparece nesse meu caminho eu quero movê-la, não tenho medo da difícil batalha e nem do que vou encontrar depois, mas o que me preocupa é essa subida lenta e duvidosa, talvez seja a ação do tempo sobre a minha vida, mas esperar os acontecimentos, aguardar as respostas, deixar a minha esperança vulnerável e por em risco a auto confiança que eu não tenho me fazem sentir o medo da espera, os efeitos da subida. "

Prometi

" Prometi e não cumpri, prometi sem pensar

  Precisei e não soube desculpar

  Sem poder, inventei por precisar

  Temi, escondi e não soube aceitar

  Sem esquecer, conjuguei o verbo amar. "






O que eu não tenho


Aqueles olhares e comentários abafados é o que mais me incomoda, saber que me olham e me julgam sem me conhecer, a sensação de estar vulnerável, de não ser boa o suficiente aos olhos dos outros, a ideia de que se me olharem muito o que vão achar são imperfeições e mais motivos para criticar, a maior preocupação é sempre o que acham de mim, o que irão pensar. Esses pensamentos nos fazem mudar para agradar pessoas que nunca estarão satisfeitas. Esses olhos me fazem buscar por um esconderijo. A possibilidade de que as pessoas sejam más moldam minhas ideias, a minha armadura não funciona plenamente, ela não serve para afastar os olhares, serve para chamar a atenção para os meus maiores defeitos, o meu ponto fraco não me deixa buscar por uma arma de guerra, os outros e suas opiniões maldosas contribuem para a formação do meu maior defeito e hoje eu me permito descobrir tudo isso.

Como você pode ir embora?

Tinha tudo para dar certo, era nisso que eu não parava de pensar, era o pensamento que mais me atormentava nessas últimas semanas, porque não deu certo, esse era o fato. Eu nunca soube lidar com despedidas, posso lembrar claramente do momento que você sumia da minha vista, era um pesadelo, eu estaria sonhando? Olhei ao redor do meu quarto, consegui ver as gostas de chuva batendo na janela e com toda certeza eu estava lúcida, ando tendo tantos sonhos estranhos que não me surpreenderia se aquele momento de reflexão não passasse de um sonho, talvez eu estivesse insistindo tanto nesse ponto porque queria acreditar que em algum momento eu acordaria e aquela lembrança de você partindo desapareceria, para dar lugar a uma nova imagem clara e real, você chegando. Respirei fundo e me levantei, eu podia sentir no ar, aquele cheiro era do seu perfume, ideias cretinas, já fazia mais de semanas, o que eu sentia era nostalgia, estava sobre o efeito de pensamentos insistentes. Foi então que eu desisti de lutar com esses acontecimentos, a realidade era sua ausência, o que havia me restado era a saudade e as promessas, essas que faziam a minha esperança permanecer viva, mas a cada dia que passava ela se aproximava mais da morte, as tardes eram cinzas, as noites sem estrelas, o seu fantasma me assombrava nessas noites mal iluminadas. Você tinha ido embora e não iria mais voltar.

Outra vez

E aqui estou eu outra vez passando por algo que eu sabia que aconteceria, era tão previsível. Desde aquela primeira vez que eu acreditei no amor e me frustrei devia ter aprendido que todas as experiências são para nos evitar sofrer novamente. Eu não estou procurando um culpado, não é nada disso, acho que o destino fica encarregado por tudo isso. Mas posso me lembrar como se fosse hoje o quanto eu te amei e o quanto eu sofri quando você colocou um ponto final, e usou de motivo o próprio amor, mas sei que naquele momento eu não poderia esperar mais de alguém tão sem experiência. As pessoas erram e algumas correm atrás do prejuízo, você é dessas que eu cito por último, e depois de três dias estava me pedindo desculpas pelo erro, e como o coração de quem ama sempre perdoa, o meu já havia te perdoado, é o que eu achava naquele momento. Hoje é diferente, eu sei que o coração perdoa, mas também sei que alguns corações guardam magoa, ou talvez sejam todos, no futuro espero ter essa resposta, e espero descobrir que alguns corações não guardam nada de ruim, e ao perdoar também esquecem.
Procurei nesses últimos dias fugir da influência de tudo e de todos, eu precisava mesmo de uns dias pra pensar e conseguir ouvir o que o meu interior diz, porque quando estou debaixo da opinião dos outros sempre sou afetada, isso não é novidade. O mais impressionante é que eu consegui me ver livre de tudo o que pode me alterar o ânimo e as ideias, e foi nesse momento que pude reparar que o simples pedido que você insistia também fazia parte do meu coração e dos meus ideais. Era nessa parte da história que a mocinha ia correndo contar para o príncipe que tudo eram flores, mas como todos nós sabemos no meio do caminho a pobre moça tem uma ideia que nem sempre é tão boa assim, pois é. Por que não fazer uma surpresa? Será que foi nesse momento que eu errei? Quando eu paro para pensar nisso tudo chego na parte da história que o que eu escuto outra vez é um não. Um eu não quero! Eu sei que devia ter aprendido com a primeira vez, e é ai que eu percebo que quem sabe eu nunca irei aprender, quem sabe? não é mesmo?

Bagagem cheia


Tinha quase dezoito anos e com um nome nada comum, era tão distraída e confusa, quieta, um verdadeiro mistério para todos. Não era a mais baixa e com certeza também não era mais alta, não tinha o cabelo perfeito e nem os olhos ideais. Não cantava bem, não sabia tocar, tinha tanto medo do escuro que dormia de luzes acessas. Dentro de si tinha uma revolta, uma vontade de ignorar as regras e ir mesmo ser feliz, mas isso não incluía nada de bebidas e coisas erradas, quebrar as regras consistia em agir da maneira que achasse melhor ignorando o que as pessoas acham e julgam, e se agisse assim ela saberia que não seria a primeira e nem a última vez que receberia críticas. A maioria das pessoas poderia considera-la banal, mas no fundo sabiam que não era, ela tinha um sonho, e a essa sensação de poder sonhar despertava outras vontades e anseios, era o momento de arriscar, ir atrás de um pôr do sol diferente e fugir sem previsões de volta, uma longa caminhada, pouco dinheiro no bolso, uma pequena bagagem e agora muitos sonhos. A sua vontade de conquistar um lugar no mundo era maior que o normal, muitos dias na estrada e uma decepção, em uma dessas curvas da vida se deixou desaminar e dizem que quando caímos uma vez é muito difícil de levantar sem alguém para te estender a mão.
Hoje ela já tem mais de vinte anos, escreve textos em um caderno velho que ela leva em uma bolsa, mora em um apartamento absurdamente pequeno e vive descontente, na sua bagagem o que restam são os sonhos. Talvez se ela não tivesse decidido seguir sozinha, naquele momento que ela caiu alguém estendesse a mão e hoje ela fosse verdadeiramente feliz.