quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Como você pode ir embora?

Tinha tudo para dar certo, era nisso que eu não parava de pensar, era o pensamento que mais me atormentava nessas últimas semanas, porque não deu certo, esse era o fato. Eu nunca soube lidar com despedidas, posso lembrar claramente do momento que você sumia da minha vista, era um pesadelo, eu estaria sonhando? Olhei ao redor do meu quarto, consegui ver as gostas de chuva batendo na janela e com toda certeza eu estava lúcida, ando tendo tantos sonhos estranhos que não me surpreenderia se aquele momento de reflexão não passasse de um sonho, talvez eu estivesse insistindo tanto nesse ponto porque queria acreditar que em algum momento eu acordaria e aquela lembrança de você partindo desapareceria, para dar lugar a uma nova imagem clara e real, você chegando. Respirei fundo e me levantei, eu podia sentir no ar, aquele cheiro era do seu perfume, ideias cretinas, já fazia mais de semanas, o que eu sentia era nostalgia, estava sobre o efeito de pensamentos insistentes. Foi então que eu desisti de lutar com esses acontecimentos, a realidade era sua ausência, o que havia me restado era a saudade e as promessas, essas que faziam a minha esperança permanecer viva, mas a cada dia que passava ela se aproximava mais da morte, as tardes eram cinzas, as noites sem estrelas, o seu fantasma me assombrava nessas noites mal iluminadas. Você tinha ido embora e não iria mais voltar.

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